pneu

Esta é a aventura de um homem gordo, muito gordo, com uma imensa barriga. O seu peso não era muito salutar para os sofás, cadeiras, cama e, inclusive, para os amortecedores do seu automóvel.
Devido à enorme pressão sobre o lado esquerdo, os pneus estavam sempre a rebentar. Às vezes era só no dia seguinte que ele percebia, outras vezes acontecia em plena viagem, o que era grave e não evitou dois ou três despistes.
Todos lhe diziam para perder peso para limitar os problemas da sua própria saúde e de todos os outros relacionados com os seus pertences.
Ele estava farto da conversa, mas após mais um furo e consequente susto e arranjo da jante partida, decidiu consultar um médico. Depois outro, mais outro e ainda outro. Todos lhe diziam o mesmo, grande dieta, muito exercício físico e adeus a tudo o que ele gostava mais na vida, desde os petiscos às mines.
Decidiu ser radical e não perder tempo. Este era um homem prático e não olhava a meios para conseguir objectivos. Era assim no emprego, era assim nas coisinhas da vida. Pensou longamente nos pneus e olhava para o seu baixo ventre. Pneus, barriga, barriga, pneus.
Agarrou num espeto e pumba, enfiou-o ao pé do umbigo. Ouviu-se um prolongado silvo e, como por milagre, o barrigão foi ficando cada vez mais pequeno.
O homem estava todo contente e observava-se regalado ao espelho. O problema foi quando a barriga deixou de existir e todo o resto do seu corpo começou a esvaziar.
O buraco que ele tinha feito no barrigão era médio, mas tornou-se quase invisível neste momento. Desesperado, tentou agarrar outra vez no espeto, mas o seu corpo esvaía-se depressa. De gordo passou a palito, de palito a um risco e do risco a nada.
Só ficaram as roupas.
Ainda hoje toda a gente pensa que ele foi para o Japão, sociedade onde se valoriza… quem é mais gordo.

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